Faço muitas pinturas de caveiras e retratos (que são caveiras embrulhadas em carne e pele), mas o que gosto mesmo de pintar é mulher pelada! Por isso, nos dias que estive em algumas cidades da Europa o plano foi visitar museus de arte, gente pelada é o que não falta! Até o museu do Vaticano, cheio de gente pelada (algumas com umas folhinhas na frente, mas tudo bem, minha imaginação é fértil)! Tô zoando é claro!
Mas foi no D’Orsay, em Paris (quase do lado do Louvre, e muita gente não sabe), que vi uma das minha obras favoritas: A Primavera, de Jean-Auguste-Dominique Ingres. Pintada em 1863 e também conhecida como A Fonte, é uma obra de 80 x 163 cm, quase em tamanho natural. Dizem que Ingres não tinha grana pra ficar pagando modelos para posarem para ele, então ele aproveitava os mesmos esboços para criar telas novas. O resultado é sua Vênus Anadiômena ser muito parecida com A Fonte. Seu estilo, algo entre o neoclassicismo e o romântico, buscava um ideal de beleza no corpo feminino. Seus nus davam à elas um ar de estátuas vivas, uma influência dos mitos antigos e mundos de fantasia que surgiam no romantismo, mesmo com o cara sendo fruto do Iluminismo, da razão, da ciência. Essas suas obras me lembram muito o mito de Galatéia, a ideia do sujeito que dá vida ao objeto idealizado. Como um Frankenstein, mas com bom gosto!
A Fonte (La Source) é uma pintura a óleo sobre tela do pintor francês do neoclassicismo Jean-Auguste Dominique Ingres. A obra foi iniciada em Florença por volta de 1820, mas só em 1855 em Paris é que foi acabada. Quando Ingres mostrou a obra, já com 76 anos de idade, esta depressa se tornaria muito célebre e manteve-se ao cuidado do presidente da École des Beaux-Arts.
Fonte: Wikipedia